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Laura Teixeira

O desenho como instrumento de leitura

No livro Bolinha branca (MOVpalavras, 2014), Laura Teixeira usa adesivos para construir as formas. Na verdade, são centenas de bolinhas adesivas de diferentes tamanhos, que juntas compõem cenários e personagens. No Pássaro-desenho (MOVpalavras, 2015) ela vai moldando a fita adesiva, que se enruga, causando surpresas durante o processo. “Na grande maioria das experiências, literalmente me sinto desenhando com o material escolhido, como se ele fosse um

riscador, e ao mesmo tempo procuro

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Foto: arquivo pessoal.

respeitar suas características próprias”, diz.

 

Laura estudou arquitetura na FAU-USP, mas desde o início do curso já sabia que provavelmente trabalharia com artes gráficas, pois sempre teve enorme interesse pelo campo do desenho bidimensional. “Me tornei ilustradora depois de atuar um pouco como designer, devido a uma necessidade de retornar ao desenho à mão livre, que havia abandonado durante a faculdade”, conta.

 

Em 2009, para uma série de exposições com curadoria de André Vainer e Mirella Marino, ela fez um trabalho usando plásticos transparentes, todo costurado com arame, e foi quando se deu conta de que gosta de seguir a lógica do desenho, mesmo que não esteja usando lápis e papel. “Esse diálogo entre uma parte mais controlada do percurso e outra totalmente imprevisível me provoca bastante. Gosto de investigar o desenho com materiais diversos pelos acidentes que acontecem e me obrigam a improvisar”, diz.

Laura vê os livros a partir da sua prática de desenho. “Meu interesse está num território híbrido e hoje me identifico com a afirmação de Katsumi Komagata: “Books are books, that’s all”, diz.

Seu curso no Lugar de Ler vai tratar justamente dessa aproximação com os livros que acontece por causa de uma prática de desenho. “Dar aulas, para mim, é compartilhar meus próprios processos de aprendizagem com as pessoas. A troca com outros universos de pesquisa sempre me motiva muito. Quando as pessoas saem animadas, eu saio mais ainda”.

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