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Silvana Tavano
Laboratório da Palavra e Escrever para Crianças

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Recém-formada em Jornalismo, Silvana Tavano trabalhava na revista Desfile, da antiga editora Bloch, quando entrevistou pela primeira vez a escritora Lygia Fagundes Telles. Mais do que um compromisso de trabalho, aquele encontro significava conhecer alguém que ela idolatrava.

“Não cresci cercada por livros. Meus pais não tinham o hábito de ler. Meu primeiro Monteiro Lobato veio da estante de um primo, e foi na biblioteca da escola que descobri Meu pé de laranja lima e tantos outros livros que me transformaram em leitora. Adolescente, comecei a escrever contos e sonhava em ser escritora. E a Lygia era minha autora preferida! Entrevistá-la foi muito especial”, conta.

Nessa época, Silvana chegou a se classificar em alguns concursos literários, ganhou um prêmio com um conto chamado “Fusca azul”, mas acabou deixando a ficção de lado porque precisava trabalhar. Vinte e cinco anos depois, ela teve a oportunidade de entrevistar Lygia novamente, dessa vez para a revista Marie Claire. Feliz com o reencontro, saiu decidida a se afastar das redações de revistas para se dedicar exclusivamente aos seus textos. “Estava com 40 anos quando o impulso de escrever reapareceu. Mas senti que precisava estudar e acabei me inscrevendo num curso de literatura infantil levada pela curiosidade. Incentivada pela professora, mandei uma das lições de casa para duas grandes editoras, e, meses depois, a Companhia das Letrinhas entrou em contato e acabou editando o meu primeiro livro para crianças, Creuza em Crise, que contava as aventuras de uma bruxa atrapalhada”, diz.

Ao fazer vários cursos, acabou também se envolvendo com o processo de ensinar e elaborou a sua própria oficina de escrita literária há alguns anos -- a qual acontece no Lugar de Ler em três módulos. “A escrita é uma atividade solitária, e é assim que deve ser. Preciso de silêncio, e só lá no meu canto encontro as palavras, dou forma às ideias. Mas a troca é fundamental; o olhar do outro captura o que não estou enxergando no meu texto, e o meu olhar se aguça durante a leitura dos textos de outros autores. Dou cursos, e aprendo ensinando”, diz.

Há cinco anos, já com dezenas de livros publicados para o público infantil e juvenil, veio a vontade de escrever para adultos, como na fase pré-jornalismo. Fez um novo curso, o de Formação de Escritores, do Instituto Vera Cruz. “Lá, escrevi uma novela, ainda inédita, e agora estou trabalhando em um romance”.

Também tem dois infantis em produção: “É o meu modo de estar no mundo. É através da escrita – sempre foi – que consigo me expressar, dizer o que penso, me divertir e também descobrir coisas sobre as pessoas, sobre mim mesma; construir frases inesperadas para dar conta do inesperado da vida. Ler e escrever é o meu feijão com arroz, e também meu caviar com champanhe. É o básico e o mais que especial – como não ler e escrever?”, diz.

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Lygia e Silvana em 1980 (arquivo pessoal)

Lygia e Silvana em 2005 (arquivo pessoal)

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