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Yuri Ulbricht

Ilíada, de Homero

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Formado em Filosofia pela Universidade de São Paulo, Yuri Ulbritch se encantou com o mundo dos mitos, musas e deuses gregos, e decidiu se aprofundar no assunto. Em 2017 defendeu a dissertação de mestrado “Textos antigos sobre pintura e escultura”, em que apresentou três coleções de excertos pictóricos e escultóricos, acompanhados de tradução, extraídos de textos de Marco Túlio Cícero e Marco Fábio Quintiliano, e atualmente está envolvido em uma nova pesquisa para seu doutorado: “Trata-se de uma tentativa de colher momentos nos textos de Cícero em que as artes de pintar e esculpir aparecem. Depois dessa seleção, vem a tradução e, em seguida, a análise. A partir disso, pretendo estabelecer um léxico e uma gramática de usos com que se possa propor meios para a consideração histórica da figuração romana do século I a.C. ”, diz.
Ele conta que o seu interesse pelo mundo antigo vem principalmente de um desejo de descobrir o “fazer” antigo. “​A consideração desse fazer antigo é o que especialmente me detém, pois permite propor historicamente o modo de produção e reprodução material da vida

Arquivo pessoal

social antiga a partir da técnica antiga, de que as artes são parte. Aparece como momento privilegiado para pensarmos historicamente um outro - um outro cujos efeitos, embora subsistam em alguma medida em nós, nos revelam o quanto daquilo que supomos ser natural ou nosso se refere a determinações históricas que nos condicionam. A investigação desta figuração é, então, uma tentativa de entrever esse passado morto”, diz.

Quanto às poesias homéricas, Ilíada e Odisseia, ele acredita que são obras que continuam despertando interesse em muitos leitores. “A guerra e o que se segue à guerra, tal como Homero canta, estão mortos. São ações sem qualquer vínculo com as possibilidades do nosso agir e, por isso, poderia se supor que Homero nada mais tem a nos dizer. No entanto, seja embora o mito imitação de ações - no caso das epopeias, gestos de homens superiores -, o agir de cada herói é sempre segundo seu caráter, de modo a tornar verossímil o feito. Eu proponho este aspecto: os caracteres. Nestes tempos em que nos faltam os caracteres e o horizonte de realização máxima da vida se esgota no consumo fugaz, a poesia homérica não só deleita, mas ensina, não por via de argumento, mas ostentando o exemplo do que se há de perseguir segundo a glória e a dignidade, que duram, e do que se há de rejeitar como vício e vergonha. Acrescento, ainda, que, no gênero elevado, Homero é, ao menos, até o século XVII, a máxima autoridade de que parte a invenção poética, o que o torna presente e, portanto, vivo através de mais de vinte séculos”, diz.

Yuri coordena grupos de estudo e de leitura, sempre com o objetivo de se estende a outras esferas de reflexão.

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