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Mari Demuth

Ateliê de Arte

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Mestranda em Design na FAU-USP e responsável pela comunicação visual do Lugar de Ler, Mari Demuth se apaixonou pelo desenho ainda criança. “Parece clichê dizer isso, mas é a verdade. Até hoje é algo impulsivo em mim: vejo um papel e já quero riscar, vejo uma caneta e vou imediatamente testar. Nunca tive aquele apreço por cadernos e folhas novas, que geralmente as pessoas querem guardar para uma ocasião especial. Já vou logo desenhando em tudo”, diz.
Na faculdade, esses impulsos ganharam foco e confirmaram o seu caminho para o mundo das artes visuais. “Descobri que desenhar era mesmo a

Arquivo pessoal

minha linguagem no fim do curso de Arquitetura, quando me deparei com a necessidade de transmitir para as outras pessoas o que eu pensava - no caso, precisava dizer o que sentia por São Paulo”, diz. Assim nasceu o projeto Pessoas na cidade, seu trabalho de conclusão de curso. “São três  livros que falam sobre o meu caminhar pela cidade. Tinha morado um ano em Siegen, na Alemanha, onde eu andava muito pelas ruas me deslumbrando com os espaços, prestando atenção na paisagem, nas pessoas e nos comportamentos. Quando voltei para o Brasil, trouxe também essas percepções, que me abriram os olhos para um novo jeito de habitar uma cidade. E vieram as questões sobre esse ir e vir, o uso dos espaços públicos. Foi aí que nasceu a ideia do projeto, que só consegui colocar no papel por meio de desenhos”, conta.

Desde então, a arte faz parte do dia a dia de Mari. “Está no desenho que fazemos na carteira de escola, na imagem que vemos no espelho... E acho que, no geral, não temos uma relação muito boa com a imagem. Geralmente, ela parece ser algo inalcançável, que faz parte dos nossos sonhos e desejos, de como gostaríamos de ser, de como gostaríamos que nosso desenho ficasse… ou seja, ela carrega consigo uma possível frustração”, diz. Mas é justamente isso que a estimula a pensar e repensar o mundo e a inspira a buscar coragem para se dedicar ainda mais ao desenho.

Desde que se interessou pelo mercado editorial - especialmente por livros-álbum -, ela percebe que existe também uma dificuldade geral em ler as imagens: “Muitas vezes subestimamos o poder narrativo que elas contêm e deixamos escapar diversos detalhes (que não são tão detalhes assim). Ao mesmo tempo, por mais que não saibamos lidar tão bem com o que vemos, as imagens são capazes de nos comover e nos libertar, são capazes de transmitir ideias de forma mais rápida do que um texto. E nos conquistam”, diz.

Em seu mestrado, sua pesquisa foca as crianças e como elas representam os espaços através de desenhos. "Tendemos a achar que as crianças são mais criativas do que os adultos e isso não é por acaso. Elas realmente são capazes de criar relações inusitadas entre formas, objetos e cores, por exemplo, porque possuem um repertório cultural menor, ainda não aprenderam todos os significados construídos socialmente, e então trabalham com o repertório que possuem e que imaginam. Isso é de uma liberdade poética incrível".diz.

No curso "Ateliê de arte", que dará no Lugar de Ler, o público-alvo será o infantil e juvenil, com a proposta de experimentar diferentes formas de produção visual para, aos poucos, se compreender aquilo que mais traduz cada um de nós. É um processo de autoconhecimento. “Quando imaginamos uma identidade visual para uma marca, pensamos em como um desenho vai repercutir nas outras pessoas, e no caso desse curso, em como ele repercute em nós mesmos. Ao meu ver, ainda temos muito chão pela frente para dominar a linguagem imagética, por isso acho sempre importante exercitar o desenho, o recorte, a colagem, a pintura, a composição e a representação”, diz.

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