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Raquel Toledo
Introdução à Literatura Russa e Outras vozes: autoras russas

Raquel Toledo não conhecia muita coisa sobre literatura russa até entrar no curso de Letras na Universidade de São Paulo. Foi lá que leu, “aos trancos e barrancos” segundo ela, Crime e castigo, seu primeiro Dostoiévski: “Foi um impacto, mas, mais que isso, me causou uma grande confusão”, lembra Raquel.Com o tempo, ela não só se familiarizou com Dostô -- que até ganhou um apelido carinhoso --, mas também com Púchkin, Tchekhov, Tolstói e outros autores menos famosos por aqui. “Realmente me apaixonei. Comecei a ler muito. Decidi aprender russo e passei a ter mais intimidade com os nomes, o folclore e os símbolos russos. Quanto mais eu lia, mais

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                                                                             arquivo pessoal

sentia que aquele era, e é, o meu caminho”, diz. Um caminho que já está completando 11 anos. Depois que Raquel se graduou com dupla habilitação -- em Português e Russo --, decidiu investir na área de tradução e fez um mestrado em literatura e cultura russa, no qual estudou o teatro de Marina Tsvetáieva, poeta russa que nasceu em Moscou em 1892. E enquanto começava sua carreira como docente em escolas particulares, trabalhou em pequenas editoras até chegar à Cosac Naify, onde foi assistente de projetos e assistente editorial.“O trabalho na editora dialogava com a minha pesquisa, porque a Cosac se preocupava com a publicação de boas traduções de textos clássicos da literatura russa”, diz.

Ficou seis anos no mercado editorial até perceber que sua paixão estava mais próxima do "fazer ler" do que do "fazer livros". “Acabei voltando para a sala de aula”, diz Raquel, que hoje é professora de gramática e redação em turmas de Ensino Fundamental e Médio. “É uma experiência incrível, mesmo diante da precaríssima situação da educação no país. Me sinto meio Poliana em dizer que realmente esse é o meu lugar. Um dos trabalhos que desenvolvo, e adoro, é o de formação de leitores. Trabalho prosa e teatro no Fundamental e poesia no Médio, e é sempre muito enriquecedor construir o prazer da leitura junto daqueles que antes tinham preguiça de ler. Os dados de letramento no país são alarmantes e esse sempre foi um assunto que me sensibilizou demais. Hoje, fico feliz de não só colocar novos livros no mundo, mas também de ajudar novos leitores a se colocarem no mundo”, diz.

Mas a cultura russa continua muito forte em Raquel, daí ela teve a ideia de fazer cursos livres e projetos voltados para a formação de leitores de literatura russa, como o que acontece em agosto e setembro no Lugar de Ler, de Introdução à Literatura Russa. “Assim, consigo aliar minhas duas paixões: livros e sala de aula”, fala.

E atenção para a foto de Raquel: "Essa imagem é muito especial porque mostra um dos dias mais felizes da minha vida, quando conheci o museu Hermitage, na Rússia, em 2013!", diz.

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